Os diferentes tipos de conectores USB: Do USB 2.0 ao USB4
Os cabos USB estão por toda parte. Conectando celulares, transferindo arquivos entre computadores, recarregando gadgets, alimentando periféricos... Mas apesar de sua onipresença, poucas tecnologias conseguiram gerar tanta confusão quanto as várias gerações, padrões e formatos do USB.
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Os cabos USB estão por toda parte. Conectando celulares, transferindo arquivos entre computadores, recarregando gadgets, alimentando periféricos... Mas apesar de sua onipresença, poucas tecnologias conseguiram gerar tanta confusão quanto as várias gerações, padrões e formatos do USB. Um simples “cabo USB” pode variar em tipo, velocidade, compatibilidade e até em potência elétrica.
Se você já se perguntou por que seu novo carregador não é compatível com seu notebook, ou por que um pendrive leva 10 minutos para transferir um arquivo de 2 GB enquanto outro faz isso em segundos, chegou a hora de entender os mistérios do USB. E não, não é só você — até os especialistas tropeçam nessa sopa de letrinhas.
Neste artigo, você vai entender tudo o que importa sobre as evoluções do USB: da lentidão do 2.0 ao desempenho absurdo do USB4, passando pelos formatos confusos como Tipo-A, Tipo-B e Tipo-C. Prepare-se para destrinchar não apenas as versões, mas também os conectores, protocolos e padrões que habitam esse universo muitas vezes subestimado.
Por que o USB é tão importante?
O Universal Serial Bus foi criado para resolver um problema dos anos 90: a bagunça dos conectores proprietários. Antes do USB, conectar um mouse, impressora ou scanner era um pesadelo técnico, com drivers específicos e conectores diferentes para cada marca.
O USB nasceu como uma solução universal, e aos poucos foi substituindo portas paralelas, seriais, PS/2, FireWire e outros padrões. Hoje, ele é o padrão global de conexão física para dados e energia, presente em praticamente todos os dispositivos eletrônicos modernos.
Mas com a evolução, vieram mudanças. Mudanças que complicaram a vida do usuário comum.
As principais versões do padrão USB
Antes de falar dos tipos físicos de conectores, vamos entender a evolução das versões de transmissão de dados, que é o que realmente determina a velocidade e as capacidades de cada cabo ou porta.
USB 1.1 – A era da paciência (até 12 Mbps)
Lançado em 1998.
Velocidade de até 12 Mbps.
Lento, mas revolucionário para a época.
Praticamente obsoleto hoje — difícil encontrar equipamentos compatíveis.
USB 2.0 – O padrão mais persistente (até 480 Mbps)
Lançado em 2000.
Chamada de "High Speed" na época.
Popularizou o uso de pendrives, impressoras e webcams.
Ainda muito usado em periféricos simples (teclados, mouses, controles).
Usa conectores do tipo A, B e mini/micro USB.
USB 3.0 / USB 3.1 Gen 1 – Velocidade azul (até 5 Gbps)
Lançado em 2008.
Reconhecido pela porta azul (mas nem sempre).
Até 10x mais rápido que o USB 2.0.
Compatível com portas 2.0 (funciona, mas com velocidade reduzida).
USB 3.1 Gen 2 – Mais velocidade, mesmo caos (até 10 Gbps)
Lançado em 2013.
Dobrou a taxa de transferência em relação ao USB 3.0.
Pode usar o mesmo conector Tipo-A ou o Tipo-C.
Suporte a energia e vídeo em alguns dispositivos.
USB 3.2 – O caos das gerações
USB 3.2 Gen 1 = USB 3.0 (5 Gbps).
USB 3.2 Gen 2 = USB 3.1 Gen 2 (10 Gbps).
USB 3.2 Gen 2x2 = 20 Gbps (usando duas pistas de 10 Gbps).
É, ficou confuso mesmo.
USB4 – A era da fusão (até 40 Gbps)
Lançado em 2019, unifica os padrões.
Suporte total ao protocolo Thunderbolt 3.
Até 40 Gbps de velocidade.
Compatível com vídeo, energia e dados — tudo ao mesmo tempo.
Exclusivo para o conector Tipo-C.
Compatível com versões anteriores, desde que o cabo suporte.
Entendendo os tipos físicos de conectores
Agora que já exploramos as versões do USB, é hora de analisar os conectores. Sim, o mesmo padrão pode ter vários formatos físicos. E sim, você tem todo o direito de ficar confuso com isso.
Tipo-A – O clássico (e teimoso)
Retangular, usado em computadores, TVs, carregadores, consoles.
Está presente desde o USB 1.1 até o USB 3.2.
Nunca mudou visualmente, o que confunde o usuário quanto à versão (2.0, 3.0...).
Não é reversível (você sempre tenta conectar do lado errado).
Tipo-B – O quadrado dos periféricos
Usado em impressoras, scanners e alguns dispositivos de áudio.
Variações: USB-B tradicional, USB-B 3.0 (com extensão adicional), Mini-B e Micro-B.
Pouco comum em dispositivos novos.
Mini-USB – O precursor dos portáteis
Usado em câmeras digitais e MP3 players mais antigos.
Substituído pelo micro-USB na maioria dos casos.
Praticamente extinto.
Micro-USB – O antigo padrão dos smartphones
Foi o conector padrão para Androids durante anos.
Ainda usado em fones Bluetooth, powerbanks e controles.
Fragilidade é um ponto negativo.
Totalmente superado pelo USB-C.
Tipo-C – O novo imperador
Reversível e compacto.
Suporta dados, energia e vídeo — tudo em um único cabo.
Presente em celulares, notebooks, docks, monitores e até consoles.
É o único tipo físico que suporta USB4.
Conectores iguais em ambas as pontas.
Comparando versões USB: o que muda de verdade?
Velocidade de transferência de dados
USB 2.0 – até 480 Mbps
USB 3.0/3.1 Gen 1 – até 5 Gbps
USB 3.1 Gen 2 – até 10 Gbps
USB 3.2 Gen 2x2 – até 20 Gbps
USB4 – até 40 Gbps (com cabo certificado)
Potência de carregamento
USB 2.0 – até 2,5W (0,5A a 5V)
USB 3.0/3.1 – até 4,5W
USB Power Delivery (PD) – até 100W (20V a 5A)
USB PD 3.1 (em USB4) – até 240W (ideal para notebooks, monitores, docks)
Compatibilidade
Quase sempre retrocompatível em conectores Tipo-A.
USB-C precisa de adaptadores ou cabos específicos para conectar com outros formatos.
Dispositivos antigos limitam o desempenho mesmo com cabos novos.
Passo a passo para identificar e escolher o conector certo
Verifique a versão USB do seu dispositivo
(USB2.0, 3.0, etc. – costuma estar na especificação ou no manual)Identifique o tipo físico do conector
(Tipo-A, Tipo-B, Micro-USB, Tipo-C)Analise a velocidade necessária
(Você realmente precisa de 10 Gbps ou 480 Mbps já resolve?)Considere a necessidade de carregar ou transferir vídeo
(Se for usar como carregador ou conectar a um monitor, prefira USB-C com Power Delivery ou DisplayPort Alt Mode)Evite cabos genéricos com especificações duvidosas
(Eles podem limitar a velocidade ou até danificar o equipamento)Se for comprar acessórios, prefira certificações como USB-IF ou cabos com suporte a Thunderbolt 3/4, se aplicável
Como não enlouquecer no mundo dos cabos USB
A melhor maneira de lidar com a bagunça dos padrões USB é entender que nem tudo que parece igual é igual. Um cabo Tipo-C pode ser só USB 2.0 disfarçado. Uma porta azul pode não significar 10 Gbps. Um carregador pode ter conector moderno e entregar menos potência que um carregador de 5 anos atrás.
A chave está em três elementos: versão USB, tipo de conector e capacidade elétrica. Só quando os três se alinham é que você tem a performance total prometida pelo fabricante. A boa notícia? A chegada do USB4 e da padronização com o Tipo-C tende a simplificar esse cenário no futuro.
Então, da próxima vez que alguém te perguntar “esse cabo serve para carregar meu notebook?”, você não vai apenas saber a resposta — vai dar uma aula. E provavelmente vai salvar a pessoa de queimar um dispositivo ou desperdiçar dinheiro em cabos sem vergonha.
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