O impacto das memórias VRAM nas placas de vídeo.
Quando se fala em desempenho gráfico, a primeira coisa que vem à mente costuma ser o modelo da GPU ou a marca da placa de vídeo.
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Quando se fala em desempenho gráfico, a primeira coisa que vem à mente costuma ser o modelo da GPU ou a marca da placa de vídeo. No entanto, há um componente silencioso, mas crucial, que influencia diretamente a performance: a VRAM (Video Random Access Memory). Essa memória dedicada atua como o cérebro auxiliar da placa de vídeo, armazenando temporariamente dados visuais essenciais para o processamento em tempo real de gráficos, texturas, sombras, resoluções e muito mais.
Para quem joga, edita vídeos, modela em 3D ou trabalha com softwares gráficos intensivos, entender a função e o impacto da VRAM pode ser a diferença entre um sistema fluido e um gargalo constante. Mas será que mais VRAM sempre significa melhor desempenho? É isso que vamos explorar a fundo.
O que é VRAM e para que ela serve?
A VRAM é uma memória especializada, separada da RAM principal do sistema, projetada para atender exclusivamente às necessidades da GPU. Sua principal função é armazenar e disponibilizar com extrema rapidez os dados gráficos que serão processados e exibidos. Isso inclui:
Texturas de jogos e aplicativos 3D
Buffers de quadros (frame buffers)
Informações de geometria, como malhas e polígonos
Sombras, reflexos e efeitos de iluminação
Resoluções altas e múltiplos monitores
Caches de renderização em tempo real
A GPU acessa a VRAM diretamente para evitar o gargalo de depender da RAM do sistema, que tem uma largura de banda inferior e está ocupada com tarefas do sistema operacional e de outros aplicativos.
Tipos de memórias VRAM
Assim como a RAM tradicional evoluiu em frequência, capacidade e latência, a VRAM também teve saltos tecnológicos significativos. Cada geração trouxe melhorias importantes para a largura de banda e eficiência energética.
GDDR5
Por muito tempo foi o padrão dominante.
Oferece boa largura de banda, mas já está ultrapassada para jogos modernos em resoluções altas.
Ainda presente em placas intermediárias antigas (GTX 1060, RX 580).
GDDR5X
Evolução do GDDR5, com maior largura de banda.
Presente em placas como a GTX 1080.
Foi um passo intermediário antes da chegada do GDDR6.
GDDR6
Padrão atual da maioria das placas modernas.
Equilibra alta largura de banda com eficiência térmica.
Usada em GPUs como RTX 3060, RX 6700 XT.
GDDR6X
Exclusiva da NVIDIA até o momento (RTX 3080, 3090, 4080).
Alta taxa de transferência por pin.
Ideal para jogos em 4K, ray tracing e aplicações profissionais pesadas.
HBM e HBM2
High Bandwidth Memory, usada em placas voltadas para data centers, IA e renderizações de alto desempenho.
Baixa latência e largura de banda extrema.
Mais cara de produzir, por isso raramente usada em GPUs para consumidores.
Quantidade de VRAM: quanto é suficiente?
Não existe um número mágico universal, pois tudo depende da resolução de tela, dos jogos ou softwares usados, e do nível de detalhes gráficos ativados. Ainda assim, podemos observar tendências e necessidades práticas:
Jogadores casuais e eSports
2 GB a 4 GB de VRAM são suficientes para jogos leves ou títulos competitivos como CS:GO, LoL e Valorant em 1080p com qualidade média.
Jogadores em Full HD (1080p)
6 GB de VRAM é um bom ponto de partida para jogos atuais com configurações médias/altas.
Alguns títulos mais exigentes já pedem 8 GB, principalmente com texturas em alta.
Jogadores em Quad HD (1440p)
8 GB a 12 GB de VRAM são ideais para uma experiência suave e com qualidade gráfica elevada.
Jogadores em 4K ou Realidade Virtual
12 GB ou mais são altamente recomendáveis para manter a fluidez e qualidade de imagem em resoluções ultra elevadas.
Profissionais de edição e modelagem
16 GB ou mais podem ser necessários para quem lida com arquivos grandes, renderizações complexas ou edição de vídeo em 8K.
Como a VRAM influencia no desempenho?
A falta de VRAM disponível obriga a GPU a buscar dados na RAM do sistema, que é muito mais lenta. Isso causa queda de desempenho, travamentos e até crashes em jogos ou softwares. Por outro lado, ter VRAM sobrando não significa necessariamente mais FPS.
Situações em que a VRAM faz toda a diferença:
Jogos com texturas em ultra (Cyberpunk 2077, Hogwarts Legacy)
Ray tracing ativado
Jogos ou simulações em 4K
Uso de mods gráficos pesados
Edição de vídeo com múltiplas faixas em alta resolução
Modelagem 3D com muitos polígonos e texturas 4K
Quando mais VRAM não significa mais desempenho:
Jogos leves ou antigos que não usam toda a capacidade da placa.
Situações em que o gargalo está no processador, e não na GPU.
Máquinas com limitações térmicas ou fontes de energia fracas.
Passo a passo para escolher uma placa com a VRAM ideal
Defina a sua resolução de uso principal
Quanto maior a resolução, maior a demanda por memória gráfica.Considere o tipo de uso (jogos, trabalho, simulação, VR)
Cada atividade exige volumes diferentes de dados gráficos.Verifique os requisitos dos jogos ou programas que você usa com frequência
A maioria dos desenvolvedores fornece uma estimativa da VRAM necessária.Observe o tipo de VRAM, além da quantidade
GDDR6 é atualmente o mais recomendado para equilíbrio entre desempenho e custo.Planeje para o futuro
Jogos e programas estão cada vez mais exigentes. Escolher uma placa com mais VRAM pode prolongar a vida útil do seu setup.Evite placas antigas com muita VRAM mas GPU fraca
Uma GTX 1050 Ti com 4 GB de VRAM ainda será inferior a uma RTX 3060 com os mesmos 4 GB, porque o processador gráfico faz muita diferença.
Comparando diferentes capacidades de VRAM
Vamos fazer um comparativo prático, sem tabelas, com foco na experiência de uso:
4 GB VRAM
Bom para eSports e jogos leves em Full HD.
Limitado para jogos AAA recentes, mesmo em 1080p.
6 GB VRAM
Ideal para maioria dos jogos modernos em Full HD.
Pode começar a mostrar limitações em títulos pesados com texturas em ultra.
8 GB VRAM
Excelente para 1080p com tudo no máximo.
Adequado para 1440p em qualidade média/alta.
12 GB VRAM
Recomendado para 1440p com qualidade ultra ou 4K com qualidade média.
Ótimo para Ray Tracing ativado com DLSS.
16 GB VRAM ou mais
Perfeito para uso profissional e jogos com texturas em altíssima definição.
Garante longevidade e preparação para futuros lançamentos exigentes.
O futuro da VRAM nas placas de vídeo
Com o avanço de tecnologias como Ray Tracing, IA embarcada nas GPUs e texturas cada vez mais pesadas, a demanda por VRAM só tende a crescer. Jogos mais recentes já ocupam facilmente mais de 10 GB de memória gráfica em qualidade máxima. Além disso, a popularização de monitores 4K e setups com múltiplas telas acelera ainda mais essa necessidade.
Fabricantes como NVIDIA e AMD têm lançado GPUs com 16 GB, 20 GB e até 24 GB de VRAM, o que seria impensável há poucos anos. Ao mesmo tempo, o desenvolvimento de novas arquiteturas e formatos de VRAM, como o GDDR7 e HBM3, promete elevar ainda mais a eficiência e capacidade das placas.
Estar atento a essa evolução é fundamental não só para gamers, mas para qualquer profissional criativo que deseja performance consistente e previsível em seus projetos.
A memória VRAM, por mais silenciosa que pareça ser, carrega o peso de toda a experiência gráfica moderna. Ela é a ponte entre a complexidade visual e a fluidez de exibição. Saber quanto você precisa, como ela funciona e como escolher a melhor opção para sua realidade é essencial para tirar o máximo proveito do seu investimento em hardware.
Porque, no final das contas, quando você mergulha em um jogo com gráficos exuberantes, ou renderiza aquela cena cinematográfica com milhares de polígonos, é a VRAM que está lá nos bastidores — garantindo que cada pixel chegue até você com perfeição.
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